segunda-feira, 10 de maio de 2010

Alice ( Leisha Hailey )


Mais sobre as personagens. Analisá-las. Destrinchá-las. Não foi difícil saber por quem começar. Claro que tinha de ser pela Alice. Ela não é a minha preferida, ou talvez seja, mas enquanto construção de personagem é a mais interessante, sem dúvidas. No começo, ela parecia uma deslumbrada e acabou, depois de 5 anos, como uma personagem complexa (não achei outra palavra para descrevê-la), com as mais esdrúxulas histórias a contar.
A jornalista do LA Magazine, que fala demais e tem fissura pela vida sexual alheia, criou o Ourchart, que hoje existe de verdade. É uma espécie de Orkut, mas traça uma rede de conexões a partir da temática: quem dormiu com quem? No centro do Sistema Estelar, está, claro, Shane MacCutcheon (Katherine Moenning), por ser a Samantha Jones versão lésbica. Aliás, as semelhanças de
The L World e Sex And The City não páram por aí, mas este pano vai ser assunto de outra manga. O Ourchart, assim como a série, cresceu e se modificou. Hoje é um verdadeiro portal, com podcasts, entrevistas, um carro chefe para a militância da personagem. Ela não tem medo de dizer o que pensa, onde for, pra quem for, de que forma for. E foi assim que conseguiu livrar a sua namorada Tasha Williams (Rose Rollins) do crivo do exército. Também dá pano pra manga…
Anyway…
Alice, já no primeiro episódio, se mostra o elo da turma. É a mais interessada pelos assuntos gays, gosta de paradas do orgulho, é descolada, independente, aquele tipo de amiga Phoebe que todo mundo quer ter. A cebola começou a ser descascada na primeira temporada: ela tinha sido traída por Bette: Alice namorava Bette que tinha uma queda por Tina, que era hetero até ficar com Bette e ficaram 8 anos juntas. Lembro-me bem de uma frase de Alice quando trouxeram o assunto à mesa: “Hey, Bette! Você me traiu, ainda dói”. Por mais hilária que tenha sido a frase, ali o público já tem uma dica do quanto a moça já sofreu e como ainda temos muito a descobrir.
Ela se dizia bissexual e quanto a isso, devo lembrá-los do namorado, que se identificava como lésbico: Lisa. E era o pior tipo de lésbica possível. Depois disto, ela meio que desistiu de ficar com homens. Fantástico! Nunca pensaria ser possível um personagem tão polêmico quanto Lisa.
E falando de casos amorosos: Dana Fairbanks (Erin Daniels). Eram as melhores amigas e começaram a ter um caso quando a tenista namorava uma megera. Casamento desfeito com a outra, Alice e Dana eram o casal mais intenso e perfeito da série, já que Bette e Tina estavam entre trancos e barrancos. Mas alegria de pobre… Uma ex de Dana, Lara Perkins (Laureen Lee Smith – que agora atua em CSI, o original), voltou para acabar com o barato das duas. Depois da separação, Alice ficou enlouquecida e chata. Namorou até uma vampira, imaginem! No seu programa de rádio, aí vem a parte chata, ela ficava falando sobre a Dana, falando, falando, falando. Pedindo pra voltar. Um saco!
Não demorou muito pra haver outro drama intenso. Dana tinha câncer de mama. Mais uma vez, Ilene Chaiken “arrasa” na temática: a luta pela prevenção do câncer de mama. Dana não resiste à quimioterapia e esta é a cena mais memorável dos 5 anos de The L World. Revejam:



Ainda tenho muito a escrever sobre a Alice: seu caso com Phyllis (Cybill Shepherd, sim, ela mesma, de “A Gata e o Rato”), que era uma prova perfeita de que é realmente descolada. O programa de TV, ridículo por sinal, completamente abaixo da competência dela enquanto jornalista e militante. O seu novo futuro caso, agora na quinta/sexta temporada.
Um personagem como este merece uma série de comentários, mas por hoje, rever a cena da morte de Dana, pareceu o final perfeito pro post. Enfim, um excelente trabalho, ladies and gentleman.
Alguns detalhes sobre a atriz:
Leisha Hailey foi criada em Nebraska, e desde muito nova participava de peças escolares. Ela se mudou para NY e graduou-se na American Academy of Dramatic Arts em 1991. Foi lá que entrou para o mundo da música. Formou uma banda com uma amiga da faculdade e estourou com o dueto: The Murmurs. No meio tempo, fez pontas em
seriados e estrelou alguns comerciais.
Em 2004 estreou em The L World e as gravações a impediram de continuar no Murmurs. Neste ano, Hailey fez tanto sucesso como Alice que foi escolhida como uma das “10 mulheres que fizeram 2004 memorável” (Top 10 Ladies Who Made 2004 Memorable), escolha feita pelo jornal Denton Record Chronicle’s.
Em 2007 ela retorna ao mundo da música. Desta vez com a amiga Camila Grey em Uh Huh Her. (www.uhhuhher.com). Como as gravações de TLW são em Vancouver (Canadá), a banda de indie rock faz bastante sucesso por lá, antes mesmo de terem lançado seu primeiro álbum, previsto para agosto deste ano. Conferi o EP e confesso que já me apaixonei pelo som, tanto pela voz quanto pelas letras.

Um comentário:

Mary Sotnas disse...

Adorei seu post sobre a morte da Dana, nossa! Foi uma morte horrivel e tão triste! Fiquei pensando dias sobre isso, sabe? Ela era perfeita! Como pode ter um fim tão triste? Mas com toda certeza foi bem comovente, não teria chamado tanta atenção se não fosse deste modo. Concordo quando citou que o romance dela com a Alice, era realmente quente,rs...eram perfeitas não me conformei com o fim delas. Até que no inicio era legal o romance dela com a Lara (antes dela ficar com a Alice), mas depois dela ter ficado com a Alice, a Lara perdeu a sua graça e eu não gostava delas juntas, não tinha aquele clima de intensa paixão sabe? Mas enfim, adorei seu post.
Beijox