sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Quase crepúsculo ...


Ontem vaguei pelo meu deserto. A cada dia ele parece diferente e primitivo. Ouvindo os rumores de falas humanas e o vento que soprava longe. Encontro pelo caminho aqueles que há muito não vejo, sorrio, sinto, enquanto o sentindo liquefaz-se em solidão. São rostos vagos, distantes, que por hora me transmitem alegria... quis deixá-la contida. Tentei cobrar muitas coisas, mas não consegui. O tempo passa e a troca de palavras é efêmera, que me leva a pintar paisagens no horizonte. Um aperto no peito me afligia, ao mesmo tempo que aquela alegria tentava transbordar. Preferi caminhar mais e ficar de longe observando. O crepúsculo tingiu minha esperança e eu fiquei parada, quase adormecida. Quando, como em um vôo de borboleta, vi a mão estendida e a face escondida pelo azul do infinito, oferecendo uma rosa, a mais púrpura que pôde colher. Seu semblante iluminado pelos ínfimos raios de sol que se punha, e ali pude sentir no toque de cada pétala, o amor que se revela. E assim, se fez noite... com um sorriso enorme no rosto.

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